24 agosto 2006

561 / 562 / 563


Normalmente, quando tem de surgir, surge logo de manhã. Assim que me levanto.
Contudo, é disfarçado, naquela azáfama matinal que nunca nunca consigo fazer em versão lenta. O problema é que depois, naquela viagem que nunca demora menos de 40 minutos, volta. Assim de mansinho, como quem não tem qualquer objectivo ou segunda intenção. É inevitável pensar em tudo e mais alguma coisa, achando que se tem de chegar a qualquer conclusão.
Sento-me quase sempre à janela, tenho sempre uns headphones metidos nos ouvidos e um telemóvel no silêncio. Às vezes, também levo um livro. Hoje, por acaso, não.
Uma manhã mais ou menos, umas conversas engraçadas. Almoço bom, onde ouvimos coisas, contamos histórias, segredamos o que achamos que vai ser bem recebido. Até vemos filmes "fofinhos", pelos quais não daríamos dinheiro.. não fosse pela companhia.
Se na viagem de volta, o sono teima em não chegar, volta-se a pensar. Pensa-se muito e muito pouco no que parece fazer mesmo falta. E então, lá vem ele.. de mansinho, embalado pela mão de uma letra ou de uma melodia de uma canção. Uma daquelas que nos diz muito e que não esperávamos que começasse a tocar naquele momento, mesmo que saibamos a lista do leitor de mp3 de cor.
Fica ali, sentado ao nosso lado. Como se nos tivesse a repreender por algo que tenhamos feito mal, embora nem saibamos exactamente o quê. É só mais um dia passado, mais umas coisas para contar depois.

E fica esse vazio.. que nos deixa na boca o sabor de dever não cumprido.

3 comentários:

Anónimo disse...

*sigh*

**

Anónimo disse...

Huz. Há música que, às vezes, quando aparecem assim, só apetece que fossem qualquer coisa de sólido para depois dar uns pontapézitos.
Não que a culpa seja delas, in the end.

Anónimo disse...

bom texto * * *