15 novembro 2011

Broken


Rejeitar, v. tr.
Desprezar, ter em pouca conta.

Rejeitar. Rejeição. Rejeitado.

Ando há meses a pensar no assunto, a tentar perceber como se ultrapassa isto. E oiço as opiniões de toda a gente (até de ti) e sei que todos querem o melhor para mim (uns mais, outros menos), mas são tudo noções muito teóricas e todas vão desabar no mesmo… dar tempo ao tempo. Onde se fecha uma porta, abre-se uma janela. Se não foi assim, era porque não tinha de ser. E por aí. 

E o que mais quero é acreditar no que me dizem, é interiorizar as palavras sábias que poderiam dar paz ao meu espírito, mas não consigo. A impaciência é o pior dos meus defeitos e é como se já tivesse perdido a luta, muito antes sequer de começar a lutar. A minha intolerância para com os meus erros supera os limites do ridículo e às vezes gosto de pensar que isso nem é uma coisa tão má.. mas, parece que sim. 

E por mais que me digas que o problema não fui eu, não sou eu, não posso acreditar em ti. Não consigo. Acho que se as pessoas desistem de ti, tem de ser por algo que tu és, disseste ou fizeste. E esta desistência era algo a que já estava habituada. Fizeste-me pensar que as coisas podiam ser diferentes, que as relações podiam ser boas, fortes e equilibradas. E eu acreditei em ti. Acreditei em ti como uma criança inocente acredita nas coisas que a mãe lhe diz. Acreditei e confiei em ti. Entreguei-me. Enganei-me. 

Posso justificar tudo o que quiser, mas bottom line, tu não pudeste esperar. Não quiseste, não sabias (ou não quiseste saber) que ainda valia a pena esperar. E esta ruptura abrupta, too soon (como diz o Luke), deixou-me desfeita por dentro. Sinto-me como se fosse um serviço de loiça fina que cai inteiro no chão. Todos os cacos, pequeninos e desfeitos, demasiado pequenos para que possam ser recuperados, não vão poder remendar nada. E o que quer que seja construído depois de apanhados todos os cacos já nunca vai ser o mesmo que tinha antes. E isso, supostamente, é uma coisa boa. Ou, pelo menos, é isso que toda a gente me diz. 

Só falta mesmo que eu também acredite que sim.

03 novembro 2011

Muda o teu mundo que eu mudei o meu.

Não te escrevo não porque não me apeteça, mas porque acho que prefiro guardar só para mim as coisas que tenho sentido ultimamente. Aprendi, com o tempo e a muito custo, que se conseguirmos calar-nos durante um tempo e guardar cá dentro as coisas feias e más, elas acabam por se tornar menos importantes. Acabam por doer menos e, chega aquele dia, em que a vontade de exteriorizá-las já nem existe. 

E isto não acontece com tudo, claro que não (era bom, era!), mas acontece com cada vez mais coisas, pessoas e situações. E de quem é a culpa? Não há culpas N., não há mesmo. Ou, pelo menos, não me parece que haja. Há apenas pessoas que vale a pena ter nas nossas vidas e outras que não. 
Tu, contrariamente ao que algum dia pude pensar, és daquelas que não.
And that's that.