27 julho 2007

Jorge Palma


Olá! Sempre apanhaste o tal comboio?

Eu já perdi dois ou três
entre o ócio e as esquinas
ganhei o vício da estrada
nesta outra encruzilhada
talvez agora a coisa dê
o passado foi à história
cá estamos nós outra vez

Conheço a tua cara, mas não sei o teu nome
eu escrevo já aqui, não sei o quê, arroba-ponto-com
vou-te reencontrar noutro bar de estação
ou talvez quando perder mais um avião
o barco vai de saída, tu estás tão bronzeada
é tão bom ver-te assim, ardente
tão queimada

Eu quero reencontrar-te noutra esquina qualquer
sem saber o teu nome ou se ainda és mulher
quero reconhecer-te e beber um café
dizer-te de onde venho e perguntar-te porquê
sorrir-te cá do fundo, subir os degraus
eu quero dar-te um beijo
a cinquenta e tal graus

(...)


Sempre apanhaste o tal comboio?
Eu já perdi dois ou três
entre o ócio e as esquinas
ganhei o vício da estrada
nesta outra encruzilhada
talvez agora a coisa dê
o passado foi à história
cá estamos nós outra vez
cá estamos nós outra vez



[Nunca fui propriamente fã do Jorge Palma... aprendi a gostar dele nas várias vezes que o vi ao vivo. Mas este álbum, e sobretudo esta música, mudam completamente o cenário. Aquela última frase, a esta altura do campeonato, é das que faz mais sentido.]

19 julho 2007

"Who the fuck's Arctic Monkeys?"


Esta moda nova de se passar os concertos a tirar fotos com o telemóvel só para se ter provas de que se esteve mesmo lá, ou a de fazer vídeos para pôr no youtube, ou a de fazer moche nas músicas que não têm nada a ver... hum... aborrece-me. Pergunto-me o que desfruta esta gente do concerto propriamente dito? Da música ao vivo?

Depois é assim que uma pessoa se torna elitista ou armada em mete-nojo. É assim que já não ponho os pés numa plateia com pouco espaço, é assim que prefiro o meu lugar nas bancadas, onde vejo bem e posso dançar à minha vontade. E nem tenho de cheirar o sovaco do miúdo ainda sem barba! Claro que é tudo próprio da idade (desculpam-nos as mães), mas então deve ser próprio da minha idade já não ter o mínimo de pachorra para gente parva e mal educada. E bem sei que isto não se aplica exclusivamente aos menores, mas ontem estavam - claramente - em maioria.

Nevertheless, (L) do tamanho de uma coisa grande para os meus macacos preferidos!
E não sei se já disse, mas cá para mim estas são das melhores frases deste último álbum.

And do me a favour, and ask if you need some help!
She said, do me a favour and stop flattering yourself!
How to tear apart the ties that bind, perhaps fuck off might be too kind,
perhaps fuck off might be too kind.

Post-its


"Às vezes dou por mim a pensar que já nem me lembro da última conversa de amigos que tivemos. Não me lembro. Nem do quando, nem do porquê. Até já estou habituada a que as pessoas saiam da minha vida pela porta dos fundos, pela janela ou até mesmo saltando o muro. Mas tu... tu saíste pela porta da frente. E não a fechaste simplesmente... bateste com ela, de tal modo que fiquei atordoada e sem saber como reagir. Agora ficamos assim, um sem o outro, só porque tu achaste que sim. Ou tu, ou ela."


"É que já nem é o passado que me chateia. Já nem é o que fizeste ou disseste ou deixaste de fazer ou dizer. És tu, mesmo. Não suporto a tua presença. O teu sorrisinho cínico. O facto de te passeares por aquela empresa como se fosses o senhor e o dono da razão e tivesses todo e qualquer motivo para andar de cabeça erguida. E ouve, se há alguém que teria todas as razões para complexo de avestruz, tu és uma delas. Acho que nunca me dei tão a sério com alguém que depois desprezasse tanto."

"Queria que entendesses que isto não é um arrufo. Pelo menos, não é um daqueles que a tua mãe costumava apelidar de namorados. Aliás, eu nem sei o que isto é. Falta de comunicação, mais do que qualquer coisa. Qual é exactamente o problema? Estás zangada porquê? Ou não estás... é desprezo puro, então. Eu sei, sim; sempre soube. Eu preciso mais de ti, do que tu de mim. Mas o tempo passa também... e a importância das coisas acaba por desaparecer. Estás a perder o que não devias, estás a privar-me de coisas que não podias. Enfim... talvez um dia as coisas melhorem. Talvez um dia percebas que não é por não falarmos das coisas, que elas se extinguem e deixam de ter significado. Até lá, não esperes por mim."

"Já chega, entendes? Já chega dessa atitude parva e um tanto ou quanto infantil. És uma mulher feita, já bem crescida. Que lógica é que têm essas parvoíces? Estás a dar cabo de ti e a constranger os que te rodeiam. Sou tua amiga, sim. Sempre fui. Mas não entro nesses joguinhos de toma lá, dá cá. Nessas histórias de promessas vãs, de discursos não pensados e de choro sem sentido. Queres mudar as coisas? Então pára de falar sobre o assunto e age. Se não queres, então não me envolvas em nada disso... simplesmente porque eu não posso, nem quero ter qualquer papel nesse filme. Já me bastam os meus."

"Irrita-me que sejas assim. Irrita-me que aches que podes ser a melhor amiga quando te convém e ficar meses sem dizer nada, quando já não precisas de "desabafar". Acho que não eras assim. Acho que nunca foste tão self-centred, foste? E eu sei que acabar um curso é complicado. Eu sei que no primeiro ano passamos por muitas coisas e que a entrada no mundo do trabalho e dos ditos crescidos não é coisa fácil, mas e daí? Achas que foste a única? Achas que só a ti é que te surgiram dúvidas? Achas que é justo que só te lembres das pessoas quando as coisas não te correm bem? E depois dizes à boca cheia que sou das tuas melhores amigas. Que sou das pessoas que melhor te conhece. Maybe so. Mas, clearly, tu não és das que melhor me conhece. E é uma pena, já que tínhamos tudo para que assim fosse."

"Não percebo o que pretendes de mim. A sério que não. É uma sensação de não come, nem deixa comer. E bem sei que toda a nossa "estória" não abona a favor de nada. Pouco de mim, mas tão menos de ti também. Entendes isso? Nunca foi só de um lado, nunca. E podes levar o resto da tua vida a dizê-lo em voz alta. Podes dizer isso de mim, da outra e da outra. Mas põe a mão na consciência... pensa comigo... não estás propriamente inocente, estás? E nem podias, porque nunca ninguém o está. E não, agora não quero nada disso. E nem devia precisar de me justificar. As coisas não podem ser como tu queres porque não podem. Sabes tão bem as razões como eu, portanto e como diria a Harriet Hayes: Don't play stupid, it's incredibly rude. (...) These are acts of cruelty, disguised as cuteness."

Arcade Fire - Neighborhood #3 (Power Out)*


Um post só para Arcade Fire.
Bons, bons, tão bons. A sério.
Deixo de ser o que quer que seja que sou e oiço-os. Depois, volto a mim.



And the power's out in the heart of man,
take it from your heart put in your hand.
And there's something wrong in the heart of man,
Take it from your heart and put it in your hand!


*porque cada semana me (re)apaixono por uma.


Sempre tive um medo muito grande de ter visitas em casa. Nem sei bem porquê... mas acho que sempre achei que as pessoas depressa iam preferir estar noutro lugar que não aqui. Isto deve ser porque sempre fui muito mais visita do que visitada, quando era miúda. Não é fácil combater o comodismo infantil... e quem cresce com a J. como melhor amiga, tem de se fazer à vida! Que é como quem diz, ir ter com ela senão fico meses sem a ver. :P

Mas, ultimamente, até tem sido com alguma frequência que visto o meu melhor fato, me armo em Monica Geller e deixo tudo a brilhar e me imagino como a melhor anfitriã do mundo. :D Tenho perfeita noção de que é tudo uma ilusão, mas ao menos tento.

Assim sendo, passou-se mais uma semana em regime bilingue. E sim, eu tenho mesmo de aprender Catalão. Deitar tarde, levantar tarde, almoçar tarde e nem jantar! Mas oh, rica vida... e oh, que grandes concertos. (L)
Apesar de todas aquelas coisas que só têm importância nos segundos em que decorrem, até não deve ter sido assim tão mau. Or so I hope.

Um (L) enorme para a L. e outro não maior, mas diferente para o A.! :P
Falta muito para Setembro? :D


Sting - Fields of Gold


Sou de grandes paixões. Sou daquele tipo de pessoas que quando é, é para ser mesmo. Verdade que não o é muitas vezes, mas isso eu já não controlo.
E depois há aquelas paixões que deixam de ter uma presença física e constante, mas que ficam a fazer parte de tudo... mais que não seja num cantinho daquela estante, no quarto do Tico e do Teco, que alberga tudo o que realmente importa.

Isto, entrou directamente para um favourite spot. Ficção de qualidade.
E esta música, que nunca me disse nada.
E sim, o Matthew Perry podia ser o homem da minha vida. Todos os dias.

O mal de se deixar passar muito tempo entre uma coisa e outra, é que depois já não sabemos exactamente o quão importante foram as palavras, os gestos e os olhares naqueles determinados momentos.
O mal da falta de tempo de que toda a gente se queixa, é que nos deixa a vida a meio. Sem princípio, meio e fim. Tudo e nada, aqui e ali, agora e depois.

Tudo uma questão de hábito, dizem.