25 abril 2007

The Slip, Life in Disguise


Well the world is only a stage

And I'm just a man
With a sound caught in his throat
And a pick in his hand
But when the song comes tumbling out you understand
There's no great demand

Well it's there under your breath, behind your eyes
And you don't have to say nothing cause I realize
That everything somehow in someway eventually dies
It's life in disguise

It's your room and your board and your fireside
It's a shell that's been washed by a million tides
And if you're there you can see just how bright it shines

When there's nobody left in your heart, left in your head
When the whole world has packed up in shadows and left you for dead
When you can't fake a smile and you just can't get out of your bed
When the people you led turn to you looking so hungry and bare
And you were the one that had brought them there
And all you can do is just stare at your hands and whisper my name

22 abril 2007

Klaxons - Golden Skans


Depois de mais de cinco anos a viver nesta casa, ontem voltei a apaixonar-me por ela. Há já uns tempos que andávamos meio zangadas uma com a outra... por nada em especial, temos tidos uns horários complicados de conciliar. Umas tarefas que implicam não desfrutar dos momentos juntas da melhor maneira. :)
Ontem, numas poucas horas e sem os homens em casa, eu e a mãe demos a volta a isto tudo - como deve de ser - e não tardou a que o cheiro a Primavera (que é como quem diz a um daqueles produtos que lava o chão e que tem cor LOL) emanasse por toda a casa. Não que isto só aconteça na Primavera (ahem) , mas ultimamente andava a ser um pouco injusta - não só com a casa, mas sobretudo com a mãe.
Foi aí que, do nada, redescobri aquele cantinho. Era início de tarde, o sol já não batia directamente, mas continuava a aquecer a parede do lado de fora. Sentei-me no chão da varanda... encostada à minha janela e pensei... que saudades de te querer tanto. De querer esta casa, pela qual me apaixonei desde o primeiro momento. E até nem fui só eu... visto que a comprámos. :)

Nada como trabalhar em equipa com alguém de quem gostamos; nada como depois ver o resultado desse trabalho; nada como depois aproveitá-lo. Tudo ao som da melhor música.
E ainda ter tempo para passar o resto do tempo livre na rua, a aproveitar o sol, a companhia e as noites em que já sabe bem chegar tarde. Sabendo sempre que ela continua aqui, de braços abertos e com os cantinhos todos disponíveis, mesmo quando o nosso mau feitio nos coíbe de lhes dar o devido valor. Se ao menos o produto que lava o chão pudesse wash off as lembranças entranhadas por todo o lado. As boas e as más.

O John Howard Payne tinha toda a razão quando, em 1823, se lembrou de escrever a letra para a música Home, Sweet Home. Se gostarmos do sítio onde vivemos, pouco ou nada nos pode meter medo, porque temos sempre um porto seguro para onde voltar. Pior é quando crescemos e percebemos que nada dura para sempre, contrariamente ao que aquelas histórias que nos contaram faziam crer. Mas bom, uma coisa de cada vez. :)

A hall of records, or numbers, or spaces still undone. (L)

Quem faz festas a galego, ainda mais galego é.

Já dizia a minha avó I. e acho que ela tinha - definitivamente - razão.
So, I guess I'm over and done with it.


And we'll both take our revenge
But we still don't feel any better
(...)
I'm scraped and sober, but there's no one listening to me at all.

19 abril 2007

Here with me


Não é por mal, R., a sério que não. É só que… os dias passam. Os meses, os anos. As coisas acontecem e vão-se sucedendo. A vida continua sem nunca parar; ainda que todos quiséssemos um pequenino intervalo.

Não é que não continue a doer; claro que dói. Não é por te ter esquecido, nada disso. São vários os dias (e noites) em que me lembro de ti. O olhar que cativava e aquele sorriso bom. Ninguém te substituiu. Sei que até podes pensar assim, mas não é verdade. Aliás, eu até gostava de poder falar mais de ti, das poucas coisas que ainda tenho para contar... mas não é fácil achar quem me oiça sem constrangimento. Better yet, é extraordinariamente difícil. As pessoas não lidam bem com estas coisas, sabes? Fazem aquele sorriso desajeitado e percebo que tenho de me calar ou, pelo menos, de mudar o assunto. Não tem mal, é compreensível. Acho eu.

Contudo, isso não muda em nada o que se passa entre nós. Não muda em nada a falta que me fazes. E não é parvoíce, não é paranóia... há coisas que acontecem por um motivo, mas R., esta não foi uma delas. Ou então... eu ando muito equivocada sobre o assunto.

Já viste bem quantos anos passaram? Consegues perceber como tudo mudou? Consegues ver como a evolução tem sido complicada?
Acho que ainda ninguém passou da fase de adaptação. Por isso é que o silêncio continua a ter este peso. Por isso é que pouca gente se digna a falar contigo, a ouvir o que tens para dizer. Eu gostava de poder ficar mais tempo lá sentada, junto de ti. Gostava de, numa realidade paralela, poder ouvir-te rir, contar histórias, dizer coisas que só miúdos com quase 7 anos dizem. Gostava de saber como entoarias as palavras, como conjugarias mal os verbos mais difíceis.
Gostava de saber se continuas a bater palmas quando estás contente. Se a praia ainda é para ti das melhores coisas. Se continuas a detestar o amarelo. Se já te fartaste do nosso jogo das mãos.

Eles herdaram muito de ti, sabes? Toda a gente finge não ver, mas há muitas coisas das que eram tuas neles. Acho que irias adorá-los. Não por obrigação ou pelo sangue, mas porque são miúdos extraordinários e repletos de pormenores que só tu irias entender. Sei que sim.

Eu hoje dava tudo por um abraço; daqueles que já sabias dar tão bem. Dava tudo por umas festas no cabelo, daquelas que fazias quando o sono já apertava. Dava tudo por te sentar no meu colo agora que já és grande, como outrora fazia quando não passavas de um bebé crescido.

Tudo mudou, R.; não é só de agora. Não foi só este ano. Às vezes sinto-me culpada por não me lembrar o suficiente. Fico triste por já não conseguir recuperar o teu cheiro; o teu toque. O coração fica apertado quando revejo na memória todos os minutos daqueles dias. O branco não foi o suficiente para que pudesses acalmar as almas perdidas. Sabes bem que, a única coisa que me consola, é a certeza absoluta de que não estás sozinho. É saber que tens agora, tal como eu tive, oportunidade de poder crescer junto das duas pessoas com o melhor coração deste mundo. Tens a sorte de ser mais amado ainda, por uns (bis)avós que te consideravam como (bis)neto. E digo-te, aqui entre nós que ninguém nos ouve, não há ninguém que dê melhor mimo do que esses dois tontos, que tudo fizeram para que nunca nada me faltasse.

Confia em mim; há amores que não precisamos de conquistar, são-nos oferecidos. E o meu será sempre o teu.

16 abril 2007

Oasis - Stop Crying Your Heart Out






"You can't change who people are without destroying who they were."
Jason Treborn







Conheço algumas pessoas que se arrependem das coisas que não fizeram; outras que não se arrependem de nada, porque acham que a vida é mesmo assim - cheia de coisas que não controlamos; outras que acham que tudo tem uma razão de ser; outras que acham que o destino já nos tramou a todos e que estamos aqui mesmo só a cumprir o que já traçaram por nós; outras que nem sabem a quantas andam e que também não querem saber; outras que fazem tudo certinho e direitinho, mesmo que depois no fim nada as faça respirar de satisfação; outras que se arrependem de muita coisa, mas que já não têm tempo para pensar nisso e outras que têm as suas próprias ideias. Conclusão? Conheço demasiadas pessoas! LOL

Acho que sempre me arrependi mais do que fiz do que daquilo que não fiz. Até porque há poucas coisas que não tenha feito, na acepção do tipo de coisas que poderíamos pensar duas vezes antes de as fazer. Dizem que é característica de uma pessoa impulsiva. Txaram, here I am.

Aprendi com o tempo que é estupidamente difícil contrariar as coisas que moldam a pessoa que somos. E aprendi sempre à custa de dramas, histórias e filmes daqueles que podiam ter tido público, plateia ou audiência. Perdi a conta às vezes em que imaginei como o rumo das coisas teria sido outro, tivesse eu agido de maneira diferente aqui e ali. Claro que depois percebia que alterando algumas coisas, impedia que outras tivessem sequer existido e ficaria tudo demasiado estranho. E se numas vezes cheguei à conclusão de que isso seria uma boa solução; noutras percebi que nada deve ser evitado assim e que as coisas têm o seu rumo natural.

Recuso-me a achar que tudo o que aconteceu de errado até aqui tenha sido, única e exclusivamente, culpa minha. Até porque seria irreal pensar dessa forma. Contudo, nas vezes em que imaginei fins diferentes para a mesma história, era sempre eu que mudava aqui e ali. Ou talvez nem sempre, agora que penso mesmo nisso. Deve ter a ver com a perspectiva das coisas. Deve ser normal que só vejamos a nossa versão modificada com tanta nitidez. Conhecemo-nos, sabemos exactamente os pontos fracos e onde dói mais.


Numa altura da minha vida em que andava neste impasse em todos os minutos dos meus dias, fui com a minha amiga C. (grande companheira de inúmeras tardes de cinema, durante o chamado período académico) ver o Butterfly Effect. Assim à toa, sem saber bem de que se tratava. Como aliás vou quase sempre, para grande desespero da P.! LOL
Enfim.. vim de lá com um aperto no coração; com um daqueles nós na garganta que se transformariam num pranto, caso o abraço certo tivesse chegado ali e naquele momento oportuno. Claro que não chegou, até porque fiquei em tal apatia que não consegui articular palavra. No caminho para casa nesse dia, revi todas as coisas que outrora tinha magicado. Todas as voltas e reviravoltas que faziam parte do mosaico paralelo ao da minha vida real. Acho que nunca nenhum filme me disse tanto assim logo à primeira. Acho que nenhum outro filme foi tanto ao pormenor de uma coisa que eu já sentia há tanto tempo. Claro que eu e o Evan temos vidas completamente diferentes, claro que ele é ficção e eu não (pelo menos na maior parte do tempo!), mas o mosaico dele era surpreendentemente compatível com a minha esperança de que as coisas podiam ter sido diferentes. E não digo só em relação a ti, ou a ti ou àquilo ou à outra coisa, digo em relação a inúmeras coisas pequenas que, numa existência paralela, teriam forçosamente de ser adaptadas.

Há uns dias, um amigo disse-me que o filme ia dar na TV. Há já uns tempos que não revia o filme; em 2005 "apresentei-o" a várias pessoas e vi-o sem contar as vezes. Assim, acabei por me render ao puro prazer de ficar de novo colada a um enredo que me diz tanto. E, como se não bastasse, a introdução da música no final.. aquela música, A música, que funde todos os bocadinhos dispersos ao longo do filme, todos os bocadinhos da nossa vida que também precisariam de remendos e que os cola permanentemente num outro mosaico que já não tem volta, que já não pode ser transformado nem mudado.

Isto é o que temos. Isto é o que tenho. Não adianta remoer muito mais no assunto. Fico-me só grata por um dos melhores filmes da minha vida. :)

Bloc Party - I Still Remember


Hoje acordei com saudades tuas.
Assim, do nada e sem aviso prévio. Talvez tenha sonhado contigo, mas não me lembro.
Sei que foste a primeira coisa em que pensei assim que acordei. Depois, naquele bocadinho entre o acordar e o toque do despertador, fiquei a olhar para o vazio lembrando-me de diversas coisas. Nestas manhãs (que cada vez parecem ser menos frequentes), lembro-me sempre de uma coisa nova. Nada muito importante, mas sempre uma daquelas pequenas coisas que deviam ter perdurado a certeza do certo que tudo me parecia naquele momento.
Os minutos demoram mais a passar quando penso em ti. Sobretudo de manhã. E sei que vou tirar de todas as músicas que vou ouvir no caminho um ou dois versos que se adequam perfeitamente a cada um dos momentos lembrados. E depois sorrio. Não é um sorriso daqueles que consegue iluminar uma sala, mas também não é bem um sorriso triste. Sei que fico a olhar interminavelmente no vazio. Claro que depois há sempre qualquer coisa que me chama a atenção e o momento pára. Abruptamente, sim, mas só por um instante. É difícil deixar de pensar em ti quando o dia começa desta maneira; mais ainda quando vou naquele trajecto sozinha.
Contudo, a vida não é feita de paisagens pela janela. E quando o meu dia realmente começa, já estás bem longe do meu imaginário. Pelo menos, longe daquele bocadinho que me faz sorrir para ninguém. Longe daquele bocadinho que teima em ficar comigo e que faz de ti o objecto dessas saudades que me fazem acordar de uma maneira tão diferente.

06 abril 2007


You're the echoes of my everything,

You're the emptiness the whole world sings at night.
You're the laziness of afternoon,
You're the reason why I burst and why I bloomed...
You're the leaky sink of sentiment,
You're the failed attempts I never could forget.
You're the metaphors I can't create to comprehend this curse that I call love...

How will I break the news to you?