21 outubro 2006

The Cranberries, Never Grow Old


Entramos e somos recebidos com aquele "Oláaaa", que mesmo não sendo estridente, acciona logo os mecanismos necessários para que os tímpanos se habituem ao tom que por aí vem. É impensável não nos baixarmos, se procuramos uma maior proximidade. Do facto de estarmos de cocóras, resulta sempre um abraço. Não um abraço qualquer, mas sim um abraço sentido; de saudades, de alegria ou mesmo só de interesse pelo o que se tem escondido nas mãos, por detrás das costas (que seria a barriga, se eu quisesse ser picuinhas). A seguir ao abraço vem o melhor, aquele beijo lambuzado, já regado com um sorriso enorme, que não enche só a alma não, enche mesmo o coração.

Pensamos: de onde vieram as desculpas para que tenha andado a perder isto?

Depois? Depois já não temos vagar para pensar em mais nada. Começam a chover perguntas, respostas, histórias, brinquedos novos e tudo aquilo que não nos foi contado ou mostrado nos últimos tempos; mas que parece extremamente importante, na perspectiva do nosso receptor, que nos ponhamos a par. E a única coisa sensata a fazer é sorrir.. responder a quem nos fala, beijar e abraçar, ouvindo e vendo com a maior atenção o que têm para nós. Aquelas mãos pequeninas que tacteiam tudo e não deixam escapar nada. Aqueles olhos atentos, que notam a mínima falta de atenção àquilo que nos está a ser contado.

E não sei se é de tudo isto, não sei se é da própria mágia da situação em si, mas - verdade seja dita - há muita pouca coisa melhor do que esta atenção genuína de quem realmente nos quer ali, de quem sentiu a nossa falta, de quem tem e terá sempre um lugar na sua vida para nós, sem problemas, sem desacatos, sem obrigações. Isso e saber que, em troca, amamos essas little person com um fervor inexplicável, saber que tínhamos o coração apertado por não ter como lho mostrar nos últimos tempos, saber que estávamos em falta, porque - neste caso - a falha só podia mesmo ser nossa.
Não há como ter alguém no colo, mesmo que isso já seja "coisa de bebés", que tem uma designação própria para nós. Não há como explicar que, aquilo, daquela maneira e naquele tom, só pode vir daquele sítio. E é bom.. tão bom.

Saudades do tempo em que os meus bebés eram (e podiam ser) a minha maior prioridade.

6 comentários:

Anónimo disse...

babies bons q te fazem sentior bem!! (L)

**

tixa disse...

acabei de servir de babysitter a um miudo adoravel e pestanudo chamado lucas. ja me custou ve-lo partir :(

Anónimo disse...

Aw. :)
São raros os momentos agora porque têm q ser. E depois, não sei bem se é positivo ou negativo, deixam-te sempre com vontade de fazer um post fofo no blog.

Cromossoma X disse...

lindo este post!! bombardeia-nos com mais doçuras destas por favor!!!

Anónimo disse...

On another thought, já fazias era bebés p'ra mim, ou não? ^o)

Mónica Lice disse...

Beijinhos de bom fim-de-semana!;-)