Para ser realmente sincera, devo confessar que nos últimos tempos me tenho sentido coibida de escrever no blog. Não propriamente por falta de tempo ou de vontade, mas sobretudo por não estar numa altura tão "vaga" e por ter um pouco de receio de ser mal interpretada. Sim, que isto de ter poucas pessoas a comentar não é sinal de que isto seja assim tão pouco frequentado. E visto que sou realmente vaga nas coisas que digo, achei melhor jogar pelo seguro.
Contudo, vinha a pensar no autocarro, isto não tem muita lógica. Que me interessa a mim o que as pessoas pensam? Humm.. OK, interessa-me um bocado muito. Acho que interessa a todos, ainda que digamos com grande altivez que não. Mais ainda se essas pessoas no dizem aquele muito. Ou o mundo. :) But still...
Há já demasiado tempo que atribuo as culpas das minhas acções e atitudes àquela relação fracassada. Há já demasiado tempo que me desculpo e aos outros pelas asneiras cometidas. Sim, claro, a vida é para ser vivida.. mas não é suposto ser da melhor maneira possível? Então, há aqui qualquer coisa que não está a bater bem.
É que depois surge esta urgência em começar o tal novo "eu". Aquele que se conseguiria caso houvesse mesmo o tal botão reset do qual nascemos desprovidos. É muito mais complicado arrumar uma casa cheia do que simplesmente colocar móveis e apêndices numa completamente vazia. Não quero parecer repetitiva e bem sei que a conversa dos últimos tempos (sobretudo para quem me rodeia) tem sido quase sempre a mesma.. mas isto é um assunto que dá pano para mangas. Custa-me saber como viver bem.. não ensinam essas coisas na escola ou na faculdade, não se herda dos pais, não se compra no hipermercado, não se adquire por mera intuição. Aprende-se, segundo consta. E eu tenho imensa vontade de aprender; como nunca tive para mais nada. Só mesmo o como é que me tem estado aqui a escapar. E não ainda achar que se pode voltar atrás e começar tudo do início (numa tradução muito livre das verdades cantadas pelo Chris Martin).
Portanto, há que definir prioridades. Há que perceber que estar sozinha não é o fim do mundo e que não me vai cair nenhum bocado. Há que saber admitir que as coisas não voltam atrás e que nunca mais serás meu, na verdadeira acepção da palavra. Assim sendo, que mais se tem a perder senão tempo? Gostava que o autocarro que me leva e me traz todos os dias tivesse um cantinho para este blog.. tenho todos os dias uns monólogos extraordinários, que trazem mesmo algumas respostas. Assim como me fizeste aproximar, também vais acabar por ser tu que me vais afastar. E depois lá chegará o tal closure, que procuro agora e não encontro.
Não há pressa. Não há nenhum novo "eu" à espera. Há sim uma pessoa, duas, a quem as coisas não correram como esperavam. A quem a vida trocou as voltas, a quem tudo lhes foi dado e depois tirado. E então? A sério, isto é ridículo. E demorei tanto tempo a chegar aqui, a exteriorizar esta brilhante conclusão. Estou tão cansada de tudo isto. Não quero mais achar que tenho de mudar; não quero mais achar que devia ter mudado; não quero mais pensar no que poderia ter sido.
As pessoas não mudam. Não mudam não. As pessoas moldam-se, cedem, fingem, escondem-se e atrofiam; mas não mudam, não. Pelo menos, não verdadeiramente. Pelo menos, não no seu íntimo mais recatado. Eu não acredito que mudem; e nunca recebi prova
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