11 dezembro 2006

Our memories depend on a faulty camera in our minds...


Parece-me que é um pouco injusto agora. Não sei, talvez não seja, mas não deixa de ser confuso.

Por alguma razão, dei sempre muito mais valor àquelas duas outras pessoas. Não que as outras duas não fossem importantes e não tivessem um lugar só deles, mas era a convivência e a exclusividade do lado de lá que me faziam traçar esta "distinção". Era na maneira como era tratada, sobretudo naqueles anos mais miúda.
Fácil que era passar de um 8 para um 80, com apenas 50m de distância, coisa que não é tão vulgar assim, nestas situações. Nesse (curto) espaço eu deixava de ser uma pessoa para me tornar noutra, deixava as parvoíces de lado para uma postura mais séria (se é que se pode ter uma postura séria naquela idade), mudava a forma de tratamento e até as companhias, em certos e determinados casos.
Na altura, não percebia que as pessoas têm vivências e passados diferentes, são criadas também de maneira diferente e que isso se reflecte imenso na forma como encaram a vida e as adversidades. Engraçado como isso ser agora parece ser um dado adquirido.

Hoje, e ao longo destes últimos cinco anos e meio, aprendi a "re-descobrir" estas duas pessoas com quem nunca tinha criado um laço digno do parentesco que nos une. Uma proximidade que me faz vê-los com outros olhos, que me faz amar sem ser porque sim, mas porque quero. Uma convivência que me faz ter muitas saudades quando o tempo se torna distante.

E não sei se foi dos anos que já se passaram, se é desta fase da vida, se é da pouca atenção que lhes é reservada, se é do amor que também eles tinham em falta, mas, a verdade é que, agora tudo parece completamente diferente. Há aquela vontade de contar histórias, piadas, de olhar nos olhos, de comentar, de "ternurar" - tal vocábulo fosse possível na Língua Portuguesa. Há uma partilha mútua e sincera, há abraços e mimos qual gente pequena.

E é tão bom saber que afinal, as coisas nem eram nada como tínhamos, primeiramente, imaginado. Sorte de, pelo menos aqui, ainda irmos bem a tempo de "emendar" o mal-entendido. :)

1 comentário:

Catpin disse...

:)


Obs.: Não comentei só por comentar, não é é preciso dizer-se mais nada. Gostei tanto deste! *