18 dezembro 2011


Paredes brancas. Tectos brancos. Batas brancas. 
Lençóis brancos. Fronhas brancas. Luzes brancas.


Nunca percebi muito bem se todo este branco era para dar mais luz ou para ver mais rápido e claramente o sujo. Mas sempre achei que lhe dava um tom demasiado imaculado para as coisas às vezes demasiado feias que podem ocorrer. 

Dentro destas quatro paredes a cabeça parece um mecanismo que nunca deixa de funcionar. Irónico como ao mesmo tempo tenho a sensação de que a cabeça está completamente vazia ou isenta de neurónios.

Uma coisa é certa: estou sozinha aqui. Não só porque aqui não há ninguém, mas porque mesmo na altura em que ainda havia continuava a sentir-me sozinha. São aquelas coisas que sentimos, mas que não dizemos. Para quê? 

E os minutos passam, as horas passam. Ouvem-se gritos de dor, gargalhadas de alívio e os comentários de quem todos os dias conhece gente nova e tem de ter sempre um sorriso na cara. Verdade seja dita, nem sempre o conseguem. Mas a vida é complicada para todos.

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