29 outubro 2007


Razões que me mostram que os anos passam:*


1.º - No outro dia, eu e a mãe assistirmos, incrédulas, a uma conversa entre o pai e o mano sobre GILETES! O_o
2.º - Alguém me perguntar, com alguma desconfiança, se ainda posso ter Cartão Jovem;
3.º - Quando sou eu que, aos domingos de manhã, ofereço boleia.

Damn. Humpf.

*ou isso, ou que estou mesmo a ficar (mais) velha. Bah.

26 outubro 2007

The Perishers - Come Out of the Shade


É um estado de plenitude. :)

É, a sério. É o ir para a cama a sorrir e acordar ainda mais bem disposta. Saber que, por pior que seja o tipo de projecto, vou dar a volta por cima da melhor maneira e vou poder respirar de alívio quando o e-mail seguir. Mas não é só isso. É mesmo o facto de tudo parecer ter o seu lugar agora. De um momento para o outro, certas coisas deixaram de pesar, de fazer sombra. E sorrio, sorrio. :)

Continuo a ouvir-te e a deixar que me digas todos os sítios onde te dói. O porquê, o onde, o como e o quando. Nada disso deixou de estar comigo, mas agora consigo discernir onde acaba o teu problema e onde começa o meu. E eu sei, é estranho. Mas está a acontecer e não posso, nem quero, mudar esta maneira de encarar as coisas. Não aprendi em lado nenhum, não andei a ver se mudava de atitude. Aconteceu.

Assim como aconteceu tudo à minha volta parecer mais cor-de-rosinha. Os meus pais deitarem corações todo o dia e a boa disposição com o mano ser uma constante. Começo seriamente a acreditar que ninguém ri tanto como nós cá em casa, por tantas horas do dia, pelas mais variadas razões. E upa upa, é quase Natal. Bolos, primos giríssimos e crescidos em volta da mesa a dizer parvoíces. (L)

E o Outono já chegou. E não foi um Outono qualquer, foi um daqueles como eu gosto. Com o vento fresquinho a bater na cara, ao mesmo tempo que o sol aquece as bochechas. :) E sorrio, sorrio.

A sério, se não fosse cá por coisas, dizia mesmo que ando "feliz". :)

23 outubro 2007


"You look like the songs that I've heard my whole life coming true."

:)

18 outubro 2007

Rosie Thomas - All My Life


O filme de hoje lembrou-me de ti.

Não pela história em si, mas pelo tipo de percurso mental que se faz quando se vê um filme francês, daqueles do cinema dito independente. Acho que terias gostado, tal foi a loucura de cenário parisiense. :D

Tinha lá o Adam Goldberg, que pode ser o homem que menos me atrai no mundo, mas que não deixa de ser um actor que sabe o que faz e que me fez rir o filme quase todo. Tinha lá aquela miúda francesa que entrou naqueles filmes de que gostas muito, os do amanhecer e do anoitecer. :P E ainda tinha o miúdo do Goodbye Lenin! (que vai-se a ver e nasceu em Barcelona), com ar de psicopata.

Aliás, foi mesmo a Julie Deply que realizou e escreveu o argumento deste filme, portanto podes deduzir o que te esperava.
O que importa aqui é que tenho saudades tuas. Saudades do cinema bem partilhado, dos crepes com gelado + banana, das conversas de tudo e nada no Super S., à espera do bus e a morrermos de sono, das longas horas de telefone só de coscuvilhice parva, dos serões a ver séries (e eu a dormir já), das saídas no Bairro e dos abracinhos no fim de um dia bera.
Falta muito para Janeiro, gorda? :P

E sim, pronto... o "I've been waiting for you to come" pode ser para ti.
Só hoje. :)


P.S. - Nos entretantos, haja P. fofinhos para rirem connosco no cinema e dizerem as coisas mais parvas deste mundo. Aqueles tontos mais-do-que-tudo. (L)

The Cinematic Orchestra ft. Patrick Watson - To Build a Home


Quanto mais tempo passa sobre uma coisa, menos nos conseguimos distanciar do que teve realmente impacto. Quanto mais pensamos sobre isso, menos vontade temos de partilhar, tal é o medo de que algo se perca.


Não esperava nada do que se passou. Mas não sonhei nada, não foi fruto da minha imaginação.

Não sou muito tímida; pelo menos, nunca me foi apontado nada que me fizesse crer o contrário. Sou embirrante, isso sim. Não é toda a gente que me arranca um sorriso sincero, que me faz dar atenção ao que é dito. E, ao contrário do que se diz por aí, eu até custo a deixar que as pessoas façam mesmo parte da minha vida.



Portanto, não sei explicar o que aconteceu. Não sei exactamente dizer como não me senti deslocada. Como nada do que se dizia ou fazia me parecia perfeitamente descabido e fora do contexto do que tenho para mim como divertimento.



Sim, claro que há diferenças. Almoça-se a meio da tarde e janta-se quase à hora de dormir. Fala-se uma língua com uns e outra com outros. Defende-se a terra com unhas e dentes e não se dá sequer espaço ao que não faz parte daquilo em que acreditamos, com medo de que nos tirem o que agora já nosso. Não existe "se faz favor", "com licença" e "obrigado". E quando os há, ouvem-se mal. As ruas desenham-se todas pelo mesmo traço. A cor das fachadas não destoa. Os passeios estão limpos e o verde abunda. Não acompanhamos o mesmo ritmo. O metro chega sempre do lado contrário. O cão até ladra noutra onomatopeia.

Há uma luz diferente.
Há pessoas que se descobrem e que não nos são estranhas.
Há abraços que se dão, que contam mesmo.

Não sei. Não consigo dizer como foi; de tão bom.
Português, Catalão, Inglês, Castelhano e até um pouco de Italiano. A comunicação nem sempre parecia correcta, mas surgia sempre da maneira mais fácil. E todos nos entendemos.



É um mundo, é uma vida. É mais do que uma mão cheia de pessoas novas, de histórias que ainda não conhecíamos, de músicas que ainda não partilhámos. E quero mais. E vou ter. Já não falta muito para a acarinhar como uma casa; minha também. :)

10 outubro 2007

Radiohead - House of Cards


Picky
.

Acho que é esta a palavra. E não há nada a fazer.

03 outubro 2007


I was on your porch,
The smoke sank into my skin,
So I came inside to be with you,
We talked all night,
About everything you could imagine,
'Cause come the morning, I'll be gone,
And as our eyes start to close,
I turn to you and I let you know,
That I love you.
(...)
He grabs me by the shoulder and he tells me,
Whats left to lose? You've done enough,
And if you fail then you fail but not to us,
'Cause these last three years,
I know they have been hard,
But now it's time to get out of the desert and into the sun,
Even if it's alone.

The Format

A vontade era a de te abraçar, a de te dizer que tudo vai ficar bem. Mas sei que não vai e eu nunca aprendi a mentir-te. Descobri um pouco mais de ti agora. Conheço e sei de onde vêm as tuas histórias. Sei de que cores te vestes e o que te faz (ainda) sorrir. Não imagino sequer como se levanta a cabeça no not-so-happily ever after. Sei, no entanto, que mão que te apazigua. Sei a paz que não vais voltar a ter tão cedo e vejo cair sobre ti tudo o que te faz curvar.

Mas amo-te como se ama alguém que nos pertence de sangue e de alma. Amo-te de uma forma que não se diz nem se brada só por ser bonito. E estou aqui, já nem tão longe quanto isso. E tu sabe-lo, que eu sei.


Uma pessoa deixa passar tudo em vão, mas as coisas realmente tiveram o seu significado.

Ora portanto, estreei-me no belo do Sudoeste (putos, pó, putos e mais pó), que até foi benzinho. Claro que sou muito mais dada a concertos do que andar feita parva a rebolar pelo chão. Acho que cada um sabe de si, though. :)
Vi bandas que não veria assim à toa, porque nem devem voltar tão cedo a Portugal. Bom, muito bom. Tive pena de não ver o Sérgio, mas pronto, não se pode ter tudo.
No meio disto tudo, eu e a P. ainda fizemos uns amigos. LOL
Realmente... ele há com cada coisa. E acho que nunca mais vamos ter uns banhos tão... tão... alternativos, digamos assim.
"Olhe, desculpe, podíamos usar a sua mangueira?" :D

E para colmatar o Verão, como não podia deixar de ser, a querida Festa do Avante. A 8.ª, se não estou em erro. A música não foi tão boa este ano, confesso. Contudo, a magia permanece a mesma; assim como o facto de levar sempre gente nova todos os anos, ou de passar as noites de sexta sempre na mesma companhia ou de dançar a Carvalhesa cada vez com mais gente! (Nem comento os amoches que os miúdos agora acham que fica bem nos entretantos. Haja paciência.)


All in all, parece que tudo vale a pena.
Nem que seja só porque sim e também porque na volta a casa, vou cansada, mas feliz.
E haja JaVardo nas nossas vidas. :D

Filled with sweet scents of autumn blooms.


Gosto do Outono. Acho que nem é só gostar... tenho-lhe assim um amor imensurável. E sim, eu sei, é sempre bom ir para a praia, andar com pouca roupa, não achar o tempo deprimente, etc.; mas eu, euzinha, gosto do Outono. Acho que não há altura do ano em que o aconchego saiba melhor.

O Outono sempre foi sinónimo de regresso às aulas, acho que é isso.

Mas também é o vestir do casaco ao fim do dia, quando o fresquinho já incomoda. E o regresso das chávenas de chá com leite, das manhãs com menos claridade, do ânimo para um novo dia de trabalho, das saídas para sítios onde se possa dançar com menos mau cheiro e dos bocadinhos de praia, em silêncio, só com os pés descalços na areia. :D

Gosto do Outono, gosto mesmo.