Depois de mais de cinco anos a viver nesta casa, ontem voltei a apaixonar-me por ela. Há já uns tempos que andávamos meio zangadas uma com a outra... por nada em especial, temos tidos uns horários complicados de conciliar. Umas tarefas que implicam não desfrutar dos momentos juntas da melhor maneira. :)
Ontem, numas poucas horas e sem os homens em casa, eu e a mãe demos a volta a isto tudo - como deve de ser - e não tardou a que o cheiro a Primavera (que é como quem diz a um daqueles produtos que lava o chão e que tem cor LOL) emanasse por toda a casa. Não que isto só aconteça na Primavera (ahem) , mas ultimamente andava a ser um pouco injusta - não só com a casa, mas sobretudo com a mãe.
Foi aí que, do nada, redescobri aquele cantinho. Era início de tarde, o sol já não batia directamente, mas continuava a aquecer a parede do lado de fora. Sentei-me no chão da varanda... encostada à minha janela e pensei... que saudades de te querer tanto. De querer esta casa, pela qual me apaixonei desde o primeiro momento. E até nem fui só eu... visto que a comprámos. :)
Nada como trabalhar em equipa com alguém de quem gostamos; nada como depois ver o resultado desse trabalho; nada como depois aproveitá-lo. Tudo ao som da melhor música.
E ainda ter tempo para passar o resto do tempo livre na rua, a aproveitar o sol, a companhia e as noites em que já sabe bem chegar tarde. Sabendo sempre que ela continua aqui, de braços abertos e com os cantinhos todos disponíveis, mesmo quando o nosso mau feitio nos coíbe de lhes dar o devido valor. Se ao menos o produto que lava o chão pudesse wash off as lembranças entranhadas por todo o lado. As boas e as más.
O John Howard Payne tinha toda a razão quando, em 1823, se lembrou de escrever a letra para a música Home, Sweet Home. Se gostarmos do sítio onde vivemos, pouco ou nada nos pode meter medo, porque temos sempre um porto seguro para onde voltar. Pior é quando crescemos e percebemos que nada dura para sempre, contrariamente ao que aquelas histórias que nos contaram faziam crer. Mas bom, uma coisa de cada vez. :)
A hall of records, or numbers, or spaces still undone. (L)
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