08 março 2007

Symphonie pour les Etoiles


Acordo e sei, pelo barulho que vem do exterior, que ou choveu ou está a chover. Não gosto muito do som que os carros fazem quando passam no chão molhado. Ainda assim, e por mais que tentasse enganar o despertador, levanto-me. Um dia daqueles, mas com perspectivas de um final risonho.
Sei que nem vale a pena levar o livro hoje, tenho demasiado sono. Nem às sms da noite anterior respondo; não me consigo concentrar. Acho que o facto de me deitar e de acordar com isto a doer não facilita. Sei que vai demorar semanas até que passe e feche minimamente, mas enfim.

Há dias em que o trabalho ali é mecanizado. Ontem foi um deles. Contudo, é curioso o afinco com que se trabalha quando se sabe que se vai sair mais cedo. Seja por que razão for... o entusiasmo de sair mais cedo é algo que só se vive na primeira pessoa, não dá para explicar. Mas vá, nem consegui aquilo. E queria, mesmo. Bem sei que não se pode ter tudo e eu já tinha desistido do Francês há muito.
Entre isso e o sol que afinal brilhava, acho que escolho o sol. Ou então a relação mais íntima que já tive com um frigorífico... e nem era meu ou de alguém que conheça. Quer dizer, era mais ou menos, but not quite. Foi giro. Isso e o jantar num sítio também engraçado.
E eu sabia... há muito que sabia que só ao vivo ia perceber a magia. Sabia que só ali ia fazer sentido; comigo sentada a observar de onde surgia aquela música que parece vinda das estrelas, aquela música que faz mexer os pés, mas que adormece a alma. Fui paciente.
Tenho um espírito do contra; acho que sempre tive. Quanto mais me falam de uma coisa, menos atenção tomo. É como se o mundo pudesse avançar uns bons quilómetros à minha frente e eu nem queira reparar. Não me importo de ficar para trás. Vou no meu próprio passo e também chego lá; sério que prefiro assim.
Então, ali fiquei. Completamente extasiada, tentanto (e durante um bocadinho não conseguindo) ignorar o bichanar que me rodeava. Ali, sentada, só a ouvir. Só a alimentar o corpo de coisas tão positivas como aquele calor do início de Primavera (que já não tarda).
Soube, naquele momento, que não há nada de errado comigo. Ou com o mundo. As coisas acontecem e pronto.

E acordei hoje a pensar assim; sem medo. Obrigada, Yann Tiersen. :)

6 comentários:

Anónimo disse...

é arrebatador, n é? :)

** (L)

M. disse...

As tuas três últimas frases terminaram este post em beleza :D Provavelmente um dia nós convencemo-nos disto tudo.

Anónimo disse...

Acordar e poder ouvir o som da chuva, sentir o cheiro que por alguma razão é característico daí. Que saudades de Setúbal :(
Yann Tiersen é bom, mas ouve também Gotan Project.* * *

Anónimo disse...

Se as coisas acontecem... é sinal de que nos prestamos à vida. Nada há de errado nisso. E se alguma coisa no mundo está errada, não és tu. Se tanto é o mundo que não te serve à alma... ou a alma que não cabe no mundo... ou... :)

Eu, neste momento, queria é que o mundo explodisse... mas, já me dava por contente se eu o conseguisse fazer... :)

Hope u're ok.

Anónimo disse...

Yann Tiersen é lindo...
tu és linda...
e a vida, apesar de t-u-do, vale a pena.

Adoro-te prima*

Anónimo disse...

Eu cá acho que o frigorífico gostou de ti! Tu chegaste e ele derreteu-se..(L) LOL

E sim, o concerto de Yann Tiersen foi muito bom mesmo, por isso...
Obrigada Yann Tiersen E obrigada a ti!(L)

Beijinhos!!